domingo, 18 de julho de 2010

Onírico

Onírico

Quando eu dormir

Eu te esqueço

Quando eu dormir

Eu me aqueço

Do apreço

Do peso

Das tuas mãos

Do teu corpo

Entrando

Beijando

Rindo

Chorando

Rasgando

Ofegando

Minhas costas

E coxas

E nuca

Garantindo

Que eu te esqueça nunca

.

Quando eu dormir

Um clarão

Um borrão

Tua voz

Tua risada

Tua tez

Minha vez

Minhas malas

Minhas lágrimas

Tua falta

Minha saudade

Tua pele

Meus pensamentos

Teu toque

Meus medos

Teus olhos

Meu pudor

Tua perversidade

Meu horror

Teu gemido

Meu perdão.

.

Quando eu dormir

Se eu conseguir

Se eu quiser

Se teu ser vier

Se tua imagem deixar

Se meu corpo gritar

Se teu braço o acalmar

Matando minha fome

Anulando meu nome

Derrubando minha consciência

Cerrando meus olhos

Mordendo meu colo

Encerrando meu ser

Finalmente...

Em sono... profundo...

sábado, 10 de julho de 2010

Inf: Sarau Solidário - Julho

Sarau solidário 17/07/2010 às 19h30

ÓCIO PRODUTIVO

A CRISE SEMPRE FEZ PARTE DO NOSSO COTIDIANO. E o que parece “tô nem aí” pode ser o princípio da criatividade, da renovação, do olhar pronto para novos olhares.

Em prol da creche Walter Figueiredo

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mercado de conquista

Mercado de conquista

- Oi! Quanto custam teus braços?

- Exatamente uma cintura, moça...

- E os teus lábios?

- Uma nuca e dois ombros, moça...

- E o teu nariz?

- Um perfume que combine com teu cheiro...

- E os teus olhos, qual o preço?

- A tua imagem nua, moça...

- E quanto custam tuas mãos?

- Estas são mais caras:

Custam teu decote,

Tuas coxas,

E teu ventre...

Vai levar?

- Deixa eu ver se eu tenho:

Aqui estão:

Uma cintura,

Uma nuca,

Dois ombros,

Meu perfume com meu cheiro,

Minha imagem nua,

Meu decote,

Minhas coxas,

Meu ventre e...

Pode ficar com a lombar de troco.

- Quer que embrulhe?

- Não... vou levar nu mesmo!

Seco

Seco

Escapam as palavras

E o vento joga as madeixas

Que açoitam aquele pedaço

De carne inerte, morta sem enterro

Que é o espelho dos pesadelos

De desespero, dor e falta de alma

Que todo bom humano luta para não ser

Um caco letal e contagioso de tristeza

Um poderoso pedaço de caos

Que revira a noite

De olhos secos, raivosos, estranhamente abertos

Porque desaprendeu

A dormir e a chorar

E explodiu por dentro

E hoje caminha só

E cheira a plantas mortas

E animais em agonia

E grita o seu rancor

Num silêncio cortante, frio, absurdo

Que enlouquece os sãos

Por não ser feito de palavras

E incompreensível aos ouvidos,

Mas castigam a alma...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Passo a passo

Passo a passo

O olhar comprido

Suplicante...

O abraço longo

Picante...

O sorriso envergonhado

Excitante...

Contemplar um sono

Fascinante...

Ouvir um riso

Emocionante...

Perder-se num perfume

Inebriante...

Dormir recordando uma voz

Calmante...

Enrubescer ao ser chamado

Febricitante...

Unir de mãos

Iniciante...

Um beijo intenso

Revigorante...

O suor e os corpos

Interessante...

Cair exausto

Amante...

domingo, 4 de julho de 2010

Sentimental

Sentimental

Tanto

Quanto

Pranto

Amor

Calor

E dor

Liz

Gris

Num triz

Rugiu

Caiu

Sumiu

Chamou

Corou

Chorou

Beijou

Amou

Deixou...

sábado, 3 de julho de 2010

Mosaico

Mosaico

.

Luz, lábios, licor

Cachos, braços, sabor

Cintura, segura, tremor

.

Mãos, pernas, desejo

Nuca, pés, beijo

.

Vestido, chão, corar

Lágrima, corpos, luar

Sussurros, unidos, olhar

.

Grito, riso, suspiro

Cansaço, aconchego, cochilo.