domingo, 12 de dezembro de 2010
Sarau Solidário - Dezembro
Mais que uma data, é a espera longínqua, sonhada através dos séculos para ser pai da Esperança que se abre à humanidade. E no silêncio de um coração que deseja não apenas ter o filho, mas assumir a paternidade responsável o fez mais em sua simplicidade de Homem Justo.
Presenças confirmadas:
Ø Artes plásticas – Sônia Dias
Ø Dança – Grupo de Dança Luzes
Ø Música – Susanne Lima e Banda Provisória
Ø Guilherme Jacomin
Ø Coral da Escola Adventista
Ø Coral Jovem de Indiana
Ø Orquestra de Flautas da Igreja Adventista de Indiana
Ø Harpa – Laura Belon
Ø Grupo de Dança Luzes
Ø Cenário: Companhia do Natal
Ø Escritores – cffs; Paula Hanke; Suley Mara; Luís Amaral; Davi Aquino
Local: Centro Cultural Matarazzo (Presidente Prudente - SP
Data: 18/12/2010
Horário: 19:30
Entrada: 1 Kg de alimento não perecível
Organização: Associação Prudentina de Escritores
Apoio: Secretaria de Cultura de Presidente Prudente
sábado, 4 de dezembro de 2010
Relatividade
Segundos em horas
A solidão e o deixar
Meses em horas
A mágoa e o chorar
Anos em horas
O medo de não voltar
Décadas em horas
O eterno adeus: voar
Séculos em horas
Nunca mais te avistar
Milênios em horas...
.
E eu espero,
E eu me corrôo,
E eu transcendo o tempo,
E eu perco a cor,
E eu calo a voz,
E eu crio sinais,
E eu mato meus sonhos,
Pra um segundo
Eternidade em momento
Te olhar,
Te tocar,
Te beijar,
E morrer de alívio,
Pois o tempo é nosso...
E o amor... eterno!
sábado, 23 de outubro de 2010
Além do longe
Desejo fugir
Almejo o sumiço
Não para tão tão distante
Que é o caminho
Da ilusão
E o momento da queda
No chão
De realidade (maturidade?)
É dolorido demais
Pasárgada... talvez?
Mas preciso ser
Apresentada ao rei
Para ter o homem (ou mulher?)
Que quero
Na cama? Não!...
Na relva que escolherei.
É tudo piegas!
E, por fim,
Não escolho tão tão distante
Muito menos Pasárgada...
Mas, o mar...
O Mar de Ismália!
Deixa-me enlouquecer
Aos poucos
Na torre que é dela
No toque, que é dela
No tom de voz inexistente, que é dela
Choremos juntas!
E, abraçadas, num beijo
Sensualmente fatal
Nossos corpos descem
Em queda conjunta, libérrima
Ao escuro mar noturno
Mergulho do qual
Emergem, apenas,
Dois anjos,
Estranhos.
Loucos.
Absurdos.
Livres... de tudo... e todos...
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Salão do Livro - Presidente Prudente
15 A 24 DE OUTUBRO DE 2010
IBC - CENTRO DE EVENTOS
Data e horários 15 a 24 de outubro de 2010 2ª a 6ª: das 9 às 22 horas. Finais de semana: das 10 às 22 horas
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
A rã e a rosa
Era uma vez, uma história de amor. Amor incomum. Fora das expectativas. Fora de série. E lindo, como todo amor, porque é puro. A existência do amor em si, no seu significado mais simples e denotativo já transforma um ser em anjo, pois quem descobre como funciona o amor, descobre a chave do céu.
Primeiro a solidão. Então, a busca por alguém em quem depositar nossa capacidade de devoção, altruísmo e admiração integral. Os seres buscam incessantemente alguém por quem fazer isto e, consequentemente, alguém que também o faça, afinal a outra face da moeda do amor é a reciprocidade.
Paremos, então, com a racionalização do amor e observemos o fato. Era uma vez, uma rosa. Bonita. Vermelha. Imperiosa em sua cor, perfume e espinhos. Nas noites de sereno, ela chorava. Muito! Sabia de sua beleza, de seu valor. No entanto, faltava-lhe alguém. Precisava de alguém que tocasse e admirasse suas pétalas todas. De alguém que percebesse e se embriagasse na singularidade de seu perfume. E de alguém que estivesse disposto a conviver com seus espinhos, ajudando-a a quebrar os mais nocivos.
Ao mesmo tempo, era uma vez, uma rã. Pequena. Verdinha. Com patinhas bem delicadas. Úmida e escorregadia como todas as rãs. Também sabia o seu valor, a delicadeza de seu tamanho e que cantava mais bonito do que qualquer outra rã. Entretanto, precisava de alguém que admirasse seu canto. Que, apesar de ver uma rã, visse um animalzinho delicado, pequeno, frágil. E que soubesse e tivesse firmeza para segurá-la, por ser escorregadia.
Assim como a rosa tentava, mas não se dava com os lírios ou copos-de-leite, por estes não se darem com seus espinhos, a rã também não tinha êxito com os sapos, por ambos serem escorregadios.
Um dia, após pararem de procurar o “alguém”, esperando que ele aparecesse, aconteceu algo inesperado: a rosa ouviu um canto levemente grave e de muito bom gosto, enquanto a rã sentiu um perfume exótico, diferente de todos os outros cheiros que já sentira. Então, se olharam e, à primeira vista, apenas admiração. O canto era lindo e o perfume era inigualável.
A rã passou a visitar a rosa com freqüência, que a recebia cada dia mais rubra de alegria. Começaram, pois, a se perceber. O olhar das outras flores e dos sapos, querendo saber o que se passava, já não importava. A única coisa no mundo que era imprescindível a cada uma delas era conhecer aquele fascinante ser estranho.
A rã, habilidosa e engenhosa, foi descobrindo que os espinhos da rosa serviam de degraus, para alcançar-lhe as macias e perfumadas pétalas. Já a rosa descobria, aos poucos, o quão mágico era sentir a delicadeza e a umidade das patinhas da rã, tateando seu caule, cuidando de seus espinhos e chegando com carinho às pétalas.
Ao encontrar e tocar as pétalas tão suaves da rosa, a rã sentiu-se, pela primeira vez em sua vida, segura e protegida, pois a textura e quantidade de pétalas não a deixavam escorregar e cair, protegendo-a em seu seio. Ao notar a segurança da rã, a rosa, ajudada por uma brisa, chacoalhou levemente suas pétalas, colocando a rã protegida, bem no miolo dela, onde até o perfume era mais forte e a textura mais agradável. A rosa sentiu-se útil e importante, abrigando aquele serzinho entre suas pétalas que, por ser úmido e um pouco gelado, refrescava-a no calor do dia. Ao se perceberem tão próximas, tão completas, tão cúmplices, choraram de alegria e nunca deixaram de se abrigarem e se protegerem.
É verdade que, às vezes, a rã, na escalada, escorregava e se feria, mas recebia seu mérito ao perfumar-se em horas a fio entre as pétalas da rosa. É fato, também, de que a rosa ficava manchada e melada por abrigar um ser muito úmido por muito tempo. No entanto, era a única rosa cantora, pois, quando estava dentro dela, a rã cantava ainda mais bonito, parecendo ser a rosa quem cantava. E viveram felizes, perfumadas, arranhadas, cantoras, meladas e livres dos olhares de lírios e sapos agourentos para sempre.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Sarau Solidário - Setembro
RAÍZES PRUDENTINAS
Olhar a própria casa, olhar a própria terra e ver a joia-viva, a joia-humana que produz a arte e distribui a sensibilidade de raízes e sonhos dos que nos precedem e realimentam nosso orgulho de sermos Prudente. É nossa homenagem a uma cultura em permanente gestação. (Carlos Francisco Freixo)
Este sarau será dedicado à premiação de escritores prudentinos que já tenham livros publicados. Conta, também, com a apresentação de novos escritores.
Todos estão convidados a participar!
Data: 18/09/2010
Horário: 19:30
Local: Centro Cultural Matarazzo (Presidente Prudente - SP - Brasil)
Mais informações, por favor, postem comentários.
domingo, 22 de agosto de 2010
Sorte Molhada
Um cabelo úmido e enrolado. Um salto alto agulha sete centímetros. Uma calça justinha. Uma blusa de cetim. Uma caixa decorada de papelão envolta em um plástico. Uma mochila transversal pesada. Agora, some tudo isso e arremesse para fora do ônibus debaixo de uma chuva torrencial em pleno cruzamento (ou piscina olímpica) principal da cidade.
A pobre coitada olha para todos os lados e nenhum maldito dono de nenhuma maldita loja havia colocado nenhum maldito toldo daquele lado infeliz da calçada. Só restava uma saída: nadar até o outro lado da rua, visto que lá havia um maravilhoso toldo (com goteira, mas isso não importa!).
A infeliz olha para os dois lados da rua e deseja poder abrir as águas. Como Deus não a dotou deste talento útil para grandes chuvas, ela imitou Camões: levanta a caixa com uma mão e com a outra nada corajosamente até o toldo encantado. Apenas um pensamento permeava sua mente: por que eu não trouxe aquela porcaria de guarda-chuva?
Chegando debaixo do toldo, ela pôs-se a conferir se sua caixa estava molhada. Por algum milagre ou, talvez, porque o plástico não estava furado, a caixa não sofrera danos. Seria ótimo se fosse apenas isso, mas perderia totalmente a graça. Como todo bom pobre, a criatura precisa caminhar mais três quarteirões (sendo dois de subida) para pegar o segundo ônibus até o seu destino.
Por ser muito sortuda, surge, vindo em direção ao toldo, um senhor... com um guarda-chuva, em direção a essa heroína. Seus olhinhos brilham de alegria com a feliz possibilidade de não perder o ônibus. Então, ela se dirige ao senhor e diz:
- O senhor poderia me levar até o centro com seu guarda-chuva?
O homem olha espantado aquela criatura naquele traje, com uma caixa e ensopada de chuva.
- Claro! Pode vir – diz o homem.
A garota e o homem se enfiam debaixo do guarda-chuva e começam a travar uma batalha épica contra a água que escorre sarjeta abaixo.
- Pra quê essa caixa?, pergunta o senhor.
- Ah! Isso aqui! Eu vou agora pra faculdade e vendo bijuterias no intervalo... pra fazer uns trocos, sabe?
E, assim, foram caminhando e conversando. À medida que andavam, a pobre ficava mais ensopada, uma vez que o guarda-chuva fazia goteira em suas costas e as cachoeiras sarjetais lhe inundavam a sandália.
Próximo ao ponto de ônibus, a coitada andava feito uma criança de sete anos com o salto alto da mãe, já que o excesso de água lhe tirava a estabilidade para andar. Chegaram ao ponto. Ela agradece e ele vai embora rindo da situação.
Ali está ela: tremendo de frio feito sapo cururu; tremendo de dor nos pés; tremendo o queixo; tremendo a alma de ódio por ter deixado a bosta do guarda-chuva dormindo em casa.
O ônibus chega e ela espera (debaixo de chuva, novamente) para entrar. Finalmente, ela entra e senta. E vai por uma boa meia hora de caminho reto até o destino. Chegando lá... mais chuva!
Ela corre até a entrada da faculdade e, com esforço heróico, chega ao banheiro. Enxuga os pés, o plástico da caixa, o cabelo desmoronado e a alma com o confortável papel-lixa do banheiro.
Ao entrar na sala, uma cadeira pisca para ela. Sem perder tempo, a exausta senta-se.
Uma amiga pede para ver os brincos, querendo comprar um. Então, a necessitada pensa: o esforço não foi em vão... mas seria melhor se tivesse lembrado do guarda-chuva.
A cliente vê, escolhe, prova, pede conselho e, por fim, diz qual levará e separa o dinheiro. Uma nota alta. Precisa de troco.
A realizada se curva para pegar a bolsinha de dinheiro na mochila. De repente, solta um sonoro “merda”. Dentro da mochila, despertando de seu sono de beleza, estava o guarda-chuva.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Sarau Solidário - Agosto
É besta ou só se faz?
Data: 21/08/2010
Horário: 19:30
Local: Teatro Paulo Roberto Lisboa - Centro Cultural Matarazzo
(Rua Quintino Bocaiúva, 749 - Vila Marcondes)
Presidente Prudente - SP
Entrada: 1 kg de alimento não perecível
Estão todos convidados para mais este evento literário da Associação Prudentina de Escritores.
Divirtam-se!!!
domingo, 18 de julho de 2010
Onírico
Onírico
Quando eu dormir
Eu te esqueço
Quando eu dormir
Eu me aqueço
Do apreço
Do peso
Das tuas mãos
Do teu corpo
Entrando
Beijando
Rindo
Chorando
Rasgando
Ofegando
Minhas costas
E coxas
E nuca
Garantindo
Que eu te esqueça nunca
.
Quando eu dormir
Um clarão
Um borrão
Tua voz
Tua risada
Tua tez
Minha vez
Minhas malas
Minhas lágrimas
Tua falta
Minha saudade
Tua pele
Meus pensamentos
Teu toque
Meus medos
Teus olhos
Meu pudor
Tua perversidade
Meu horror
Teu gemido
Meu perdão.
.
Quando eu dormir
Se eu conseguir
Se eu quiser
Se teu ser vier
Se tua imagem deixar
Se meu corpo gritar
Se teu braço o acalmar
Matando minha fome
Anulando meu nome
Derrubando minha consciência
Cerrando meus olhos
Mordendo meu colo
Encerrando meu ser
Finalmente...
Em sono... profundo...
sábado, 10 de julho de 2010
Inf: Sarau Solidário - Julho
Sarau solidário 17/07/2010 às 19h30
ÓCIO PRODUTIVO
A CRISE SEMPRE FEZ PARTE DO NOSSO COTIDIANO. E o que parece “tô nem aí” pode ser o princípio da criatividade, da renovação, do olhar pronto para novos olhares.
Em prol da creche Walter Figueiredo
terça-feira, 6 de julho de 2010
Mercado de conquista
Mercado de conquista
- Oi! Quanto custam teus braços?
- Exatamente uma cintura, moça...
- E os teus lábios?
- Uma nuca e dois ombros, moça...
- E o teu nariz?
- Um perfume que combine com teu cheiro...
- E os teus olhos, qual o preço?
- A tua imagem nua, moça...
- E quanto custam tuas mãos?
- Estas são mais caras:
Custam teu decote,
Tuas coxas,
E teu ventre...
Vai levar?
- Deixa eu ver se eu tenho:
Aqui estão:
Uma cintura,
Uma nuca,
Dois ombros,
Meu perfume com meu cheiro,
Minha imagem nua,
Meu decote,
Minhas coxas,
Meu ventre e...
Pode ficar com a lombar de troco.
- Quer que embrulhe?
- Não... vou levar nu mesmo!
Seco
Seco
Escapam as palavras
E o vento joga as madeixas
Que açoitam aquele pedaço
De carne inerte, morta sem enterro
Que é o espelho dos pesadelos
De desespero, dor e falta de alma
Que todo bom humano luta para não ser
Um caco letal e contagioso de tristeza
Um poderoso pedaço de caos
Que revira a noite
De olhos secos, raivosos, estranhamente abertos
Porque desaprendeu
A dormir e a chorar
E explodiu por dentro
E hoje caminha só
E cheira a plantas mortas
E animais em agonia
E grita o seu rancor
Num silêncio cortante, frio, absurdo
Que enlouquece os sãos
Por não ser feito de palavras
E incompreensível aos ouvidos,
Mas castigam a alma...
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Passo a passo
Passo a passo
O olhar comprido
Suplicante...
O abraço longo
Picante...
O sorriso envergonhado
Excitante...
Contemplar um sono
Fascinante...
Ouvir um riso
Emocionante...
Perder-se num perfume
Inebriante...
Dormir recordando uma voz
Calmante...
Enrubescer ao ser chamado
Febricitante...
Unir de mãos
Iniciante...
Um beijo intenso
Revigorante...
O suor e os corpos
Interessante...
Cair exausto
Amante...
domingo, 4 de julho de 2010
Sentimental
Sentimental
Tanto
Quanto
Pranto
Amor
Calor
E dor
Liz
Gris
Num triz
Rugiu
Caiu
Sumiu
Chamou
Corou
Chorou
Beijou
Amou
Deixou...
sábado, 3 de julho de 2010
Mosaico
Mosaico
Luz, lábios, licor
Cachos, braços, sabor
Cintura, segura, tremor
Mãos, pernas, desejo
Nuca, pés, beijo
Vestido, chão, corar
Lágrima, corpos, luar
Sussurros, unidos, olhar
Grito, riso, suspiro
Cansaço, aconchego, cochilo.